ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS NA PRIMEIRA INFÂNCIA: DESAFIO PARA A FORMAÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS
DOI:
https://doi.org/10.61164/rmnm.v8i1.3842Palabras clave:
Aleitamento Materno, Nutrição do Lactente, Alimentação em Crianças, Alimentos IndustrializadosResumen
Resumo
A substituição de alimentos considerados saudáveis por aqueles industrializados ricos em aditivos contribui na configuração do perfil alimentar atual da população brasileira, que caracteriza um maior consumo de ultraprocessados, condição que torna um fator determinante para as Doenças Crônicas Não transmissíveis e traz como principal consequência a inserção prematura na alimentação infantil. Objetivo: analisar a introdução precoce de alimentos industrializados na formação do hábito alimentar de crianças na primeira infância. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa, com trabalhos publicados na última década (2015 a 2025), encontrados nas seguintes bases de dados: Scielo, Pubmed e Scopus, em inglês e português, totalizando uma amostra final 19 artigos originais. Resultados: Fatores associados ao consumo de alimentos ultraprocessados na primeira infância foi evidenciado, destacando alta prevalência entre crianças menores de dois anos. A escolaridade materna, renda e condições socioeconômicas indicam ter impacto positivo no consumo desses alimentos em detrimento de alimentos considerados saudáveis. Crianças não amamentadas ou aleitamento materno exclusivo menor que 180 dias, apresenta risco aumentado de introdução de quatro ou mais alimentos ultraprocessados no primeiro ano de vida. intervenção para promoção de hábitos alimentares saudáveis desde os primeiros anos de vida. Conclusão: O desenvolvimento do presente estudo possibilitou melhor a compreensão sobre consumo de alimentos ultraprocessados em crianças, com ênfase, na primeira infância.
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