PARÂMETROS DE QUALIDADE DA CARNE BOVINA MOÍDA: UMA REVISÃO
DOI:
https://doi.org/10.61164/rmnm.v6i1.3701Palavras-chave:
Carne bovina; segurança alimentar; vigilância sanitária; microrganismos; legislaçãoResumo
O Brasil é um dos principais produtores de carne bovina no mundo, destacando-se pela relevância econômica e pela importância para a saúde pública. Este artigo revisa os principais aspectos relacionados às condições higiênico-sanitárias da carne bovina e dos estabelecimentos que a comercializam. A qualidade da carne é influenciada por fatores intrínsecos, como a genética do animal, e extrínsecos, como manejo e processamento pós-abate. A carne bovina apresenta vulnerabilidades devido ao seu alto teor de água e pH, tornando-a suscetível à contaminação por microrganismos patogênicos, como Salmonella spp., Escherichia coli e Listeria monocytogenes. Esses contaminantes podem provocar sérias infecções alimentares, ressaltando a necessidade de práticas rigorosas de higiene durante o manuseio e armazenamento. A legislação brasileira estabelece padrões rigorosos para a comercialização de carnes, visando garantir a segurança alimentar. Normas como a Instrução Normativa DVS/SVS/SES nº 35/2022 e o Decreto nº 66.634/2022 regulamentam a inspeção e rastreabilidade dos produtos cárneos, assegurando que apenas alimentos seguros sejam disponibilizados ao consumidor. A atuação da Vigilância Sanitária é crucial nesse contexto, com a presença de médicos veterinários responsáveis pela fiscalização das condições sanitárias dos estabelecimentos. Este estudo evidencia a importância do cumprimento das legislações vigentes e da capacitação dos profissionais envolvidos no setor para promover a saúde alimentar da população. A manutenção de padrões elevados de higiene e controle sanitário é essencial para minimizar os riscos associados ao consumo de carne bovina e garantir a integridade do comércio desse produto no Brasil.
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