ANÁLISE HIDROQUÍMICA DA ÁGUA DO RIO ACRE NO PERÍMETRO URBANO DE RIO BRANCO – AC

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61164/rmnm.v1i3.3562

Palavras-chave:

Água; contaminação; rio Acre.

Resumo

A região norte do Brasil, especialmente o estado do Acre, enfrenta sérios desafios relacionados ao saneamento básico, refletidos na baixa coleta e tratamento de esgoto. Apenas 14,7% do esgoto é coletado na região, e no Acre, cerca de 53% da população é atendida por redes de esgoto, mas apenas 10,53% do esgoto coletado é tratado. Isso resulta na liberação de efluentes diretamente em rios, como o rio Acre, que é crucial para o abastecimento de água de oito municípios, incluindo a capital, Rio Branco.  A pesquisa analisa a qualidade da água do rio Acre, avaliando 16 parâmetros físico-químicos em amostras coletadas em um trecho de 25 km. Os resultados mostram que a turbidez, fosfato e sulfeto estão acima dos limites permitidos, enquanto outros parâmetros, como pH, cloreto e nitrito, estão dentro dos padrões estabelecidos pelo CONAMA. A elevada turbidez, que chega a ser 160 vezes maior que o limite permitido, é atribuída à erosão do solo e ao despejo de efluentes. A análise revela que a contaminação do rio Acre é exacerbada pela falta de infraestrutura de saneamento, resultando em altos níveis de nutrientes, como fósforo e nitrogênio, que indicam eutrofização. A pesquisa também destaca a vulnerabilidade do rio à contaminação por metais pesados, especialmente nas áreas urbanas, onde a carga de esgoto é maior. Os dados sugerem a necessidade urgente de medidas de saneamento e gestão ambiental para mitigar os impactos da poluição hídrica. É fundamental reavaliar a classificação do rio Acre e implementar um sistema de tratamento de efluentes, além de monitorar continuamente a qualidade da água. A preservação desse manancial é vital para garantir o acesso à água de qualidade e a saúde da população local, além de proteger a fauna e a flora da região.

Referências

ACRE. Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA). Plano estadual de recursos hídricos do Acre. 1. ed. Acre, 2012. Disponível em <http://imc.ac.gov.br/wp- content/uploads/2016/09 /Plano_ Estadual_Recursos_ Hidricos.pdf>. Acesso em: setembro de 2022.

ANA. Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Atlas esgotos: despoluição de bacias hidrográficas. Brasília: ANA, 2024.

APHA; Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 22 thed., American Public Health Association; American Water Works Association; Water Environment Federation: Washington, 2012.

BAIRD, C.; CANN, M. Química Ambiental. 4 ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.

BENCHIMOL, R. E.; KRONBERG, B. I. Geochemistry and geochronology of surficial Acre basin sediments (western amazonia): key information for climate reconstruction. Acta Amazonia, v. 22, n. 1, p. 51-69, 1992.

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, MMA. CONAMA Resolução n.º 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente.

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, MMA. CONAMA. Resolução n.º 430/2011. Complementa e altera a Resolução n 357/2005. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução CONAMA. Diário Oficial da União, 2011.

DOMINGOS NETO, V. C. Qualidade da água do rio Acre no trecho urbano do município de Rio Branco: Fatores físicos e químicos. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Florestal. Universidade Federal do Acre: Rio Branco, 2014.

FUNASA. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Manual prático de análise de água. 2 ed. Ministério da saúde: Brasília, 2006.

FURTADO, C. M. Caracterização limnológica e avaliação da qualidade da água de um trecho urbano do rio Acre, Rio Branco – AC, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade Federal do Acre: Rio Branco, 2005.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População de Rio Branco. 2022. Disponível: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/ac/rio-branco.html. Acesso: maio 2023.

MACÊDO, J.A.B. Métodos laboratoriais de análises físico-químicas e microbiológicas: Águas & efluentes & solo. 4ª ed. 1056p. Belo Horizonte: Conselho Regional de Química, 2013.

MASCARENHAS, A. F. S.; BRABO, E. S.; SILVA, A. P.; FAYAL, K. F.; JESUS, I. M.; SANTOS, E. C. O. Avaliação da concentração de mercúrio em sedimentos e material particulado no rio Acre, estado do Acre, Brasil. Acta Amazonica, v. 34, n. 1, p. 61 - 68, 2004.

SANTOS, W. L. Dinâmica Hidroecogeomorfológica em Bacia de Drenagem: Efeitos do uso e ocupação da terra no sudoeste amazônico – Acre – Brasil. 2013. Tese (Doutorado em Geografia) - Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.

SILVA, M. S. R; MIRANDA, S. A. F; DOMINGOS, R. N; SILVA, S. L. R; SANTANA, G. P. Classificação dos rios da Amazônia: uma estratégia para preservação desses recursos. HOLOS Environment, v. 13, n. 2, 2013. p. 163-185.

SILVA, R. O.; EL ROBRINI, M; FREITAS, M. P. Influência do índice de chuvas e de rejeitos de efluentes na qualidade das águas do igarapé Santos (Tucuruí-Sudeste Paraense/Amazônia Oriental). Boletim Paulista de Geografia, nº 108, jul.-dez. 2022 (ISSN: 2447-0945), p. 188-212.

SIOLI, H. AMAZONIA. Fundamentos da Ecologia da maior região de florestas tropicais. 3d. Editora vozes limitadas: Petrópolis, 1991.

SOUZA, S. B. Estudo sobre a presença de metais em sedimentos de fundos nos reservatórios hidrelétricos de Balbina- AM e Samuel- RO. Dissertação (mestrado em Engenharia de Recursos da Amazônia). Universidade Federal do Amazonas: Manaus, 2015. F. 96.

SPERLING, M. V. Estudos e modelagem da qualidade da água de rio: princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental - DESA da Universidade Federal de Minas Gerais, v. 7, 2007.

Downloads

Publicado

2025-02-14

Como Citar

da Silva Brandão, L., & Lima dos Santos, W. (2025). ANÁLISE HIDROQUÍMICA DA ÁGUA DO RIO ACRE NO PERÍMETRO URBANO DE RIO BRANCO – AC. Revista Multidisciplinar Do Nordeste Mineiro, 3(1), 1–17. https://doi.org/10.61164/rmnm.v1i3.3562