ASSASSINATO POR SENTIMENTO DE CULPA:

UMA (RE) LEITURA DO CASO CARLOS IN “O CRIMINOSO E SEUS JUÍZES: A PARTIR DE UM PONTO DE VISTA PSICANALÍTICO”

Resumo

Este estudo ocupa-se de assassinatos cometidos por sujeitos de estrutura neurótica, pouco abordado e de menor interesse criminológico e midiático. Freud se dedicou ao estudo daqueles que vivem sob influência de mecanismos psíquicos inconscientes e que mediante esse fato, podem agir de maneira indiscriminada e coativa. Define-se como objetivo do trabalho, discutir, num viés psicanalítico, os aspectos psicológicos envolvidos no assassinato por sentimento de culpa no “Caso Carlos”. A metodologia adotada foi pesquisa bibliográfica realizando um estudo de caso, via literatura, do “Caso Carlos in O Criminoso e Seus Juízes: a partir de Um ponto de vista psicanalítico”. A literatura revela que, Freud, descrevendo sobre os criminosos em consequência de um sentimento de culpa, referindo-se a diferentes tipos de práticas criminosas, afirmou que as más ações praticadas por esses indivíduos são principalmente em decorrência das penalidades advindas do ato, assim lhes proporcionando um alívio mental. Uma vez que, o indivíduo sofre por um opressivo sentimento de culpa anterior ao ato, do qual só obtém atenuação após a prática e sua punição. Destaca-se que, o delito cometido pelo neurótico carrega consigo o peso da culpa que é vivenciada. Destarte, encontra-se a partir da psicologia da neurose, um sujeito regido pelo Princípio de Talião, dominante na justiça primitiva, hipermoral e de consciência hipersensível, embora, conjuntamente, seu inconsciente carregue consigo tendências criminosas arcaicas não superadas. Entende-se que, este assassinato seria resultante do crime ancestral vivenciado pelo sujeito e sua constituição subjetiva.