METILFENIDATO A DROGA DO SÉCULO
O USO IRRACIONAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NAS ALTERAÇÕES INTELECTUAIS.
DOI:
https://doi.org/10.61164/rsv.v6i1.2599Palavras-chave:
metilfenidato, ritalina, Conserta, estudos, tdahResumo
Este artigo é uma revisão bibliográfica sobre o uso irracional do metilfenidato para aprimoramento intelectual. O metilfenidato comercializado no Brasil como Ritalina® ou Conserta® é estimulante da família das anfetaminas (como a cocaína) tem como mecanismo de ação inibir a recaptação da dopamina e noradrenalina, elevando o nível de alerta do sistema nervoso central, incrementando os mecanismos excitatórios do cérebro. Sendo o mais utilizado na psiquiatria infantil no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Entretanto, se consumido em dosagem correta, o Metilfenidato auxilia no desempenho em diversas áreas de estudo, aumentando a atividade das funções executivas, a concentração, além de atuar como atenuador da fadiga. Dessa forma, vem sendo usado indiscriminadamente sem a orientação medica correta, potencializando as funções cognitivas de indivíduos que não possuem nenhum tipo de distúrbio. Devido aos seus efeitos no desempenho cognitivo, as pessoas acreditam que ele seja a “droga da inteligência”. Não há comprovação científica que o Metilfenidato traga benefícios para essas pessoas, esse uso indiscriminado pode causar dependência física e/ou psíquica, além de apresentar efeitos adversos como a insônia, alucinações e anorexia.
Referências
UNITED NATIONS. Report of the International Narcotics Control Board – Functioning of the international drug control system. International Narcotics Control Board – INCB. Chapter II. New York, 2015
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Prescrição e consumo de metilfenidato no Brasil: identificando riscos para o monitoramento e controle sanitário. Boletim de Farmacoepidemiologia do SNGPC, v. 2, n. 2, 2016.
BATISTELA, S. et al. Methylphenidate as a cognitive enhancer in healthy young people. Dement. neuropsychol, São Paulo, v.10, n. 2, p.134-142, jun. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-57642016000200134&lng=en&nrm=iso>.
CERQUEIRA BCA, et al. Uso Indiscriminado de Metilfenidato e Lisdexanfetamina por Estudantes Universitários para Aperfeiçoamento Cognitivo. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, 2021; 7(10).
CHILDRESS, A. C. et al. Long-Term Treatment With Extended-Release Methylphenidate Treatment in Children Aged 4 to <6 Years. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, v. 61, n. 1, p. 80-92, 2022. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/brasil/?fb=&where=.
CRUZ, L. F. P.; MINERVINO, C. A. S. M.; PEREIRA, E. E. L. D. Funções Executivas, Atenção e o Uso do Metilfenidato: Estudo de Revisão Sistemática. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 37, e37113, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ptp/a/cSr QYtZkhKtGkTM8RFzpfyd/?format=pdf&lang=pt.
DA SILVA LVS. Farmacoterapia do Transtorno do Déficit de Atenção. Universidade Federal de Santa Catarina. 2020.
DAVANÇO, MG et al. Comprimido de liberação multifásica de metilfenidato: avaliação de bioequivalência entre duas formulações administradas em jejum e alimentação. Farmacêutica, v. 15, n. 6, pág. 1737, 2023.
FRANCIA, G. Atenção sustentada: o que é e como trabalhá-la. Psicologia-Online, 19 jul. 2022. Disponível em: https://br.psicologia-online.com/atencao-sustentada-o-que-e-e-como-trabalha-la-1204.html.
GARCIA-ARGIBAY, M. et al. Metilfenidato e risco cardiovascular de curto prazo. Rede JAMA aberta, v. 3, pág. e241349, 2024.
Heal, D.J.; Cheethan, S.C.; Smith, S.L. 2009. The neuropharmacology of ADHD drugs in vivo: Insights on efficacy and safety. Neuropharmacology. 57:608–618.
HONÓRIO NF et al. Um estudo de métodos mistos envolvendo médicos relatou desafios na avaliação do TDAH e nas decisões de tratamento para crianças com TDAH no Brasil. Psicologia clínica infantil e psiquiatria, v. 26, n. 2, pág. 505–517, 2021.
KORTEKAAS-RIJLAARSDAM, A. F. et al. Methylphenidate-Related Improvements in Math Performance Cannot Be Explained by Better Cognitive Functioning or Higher Academic Motivation: Evidence From a Randomized Controlled Trial. J Atten Disord, v. 24, n. 13, p. 1824-1835, 2020. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/brasil/?fb=&where=.
LAGE, Denis Carvalho; GONÇALVES, Douglas Ferreira; GONÇALVES, Gilberto Oliveira; RUBACK, Olívia Rêgo; MOTTA, Patrícia Gonçalves, VALADÃO, Analina Furtado. Uso de metilfenidato pela população acadêmica: revisão de literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR, v. 10, n. 3, p. 31-9, 2015. Disponível em: . Acesso em: 12 dez 2015.
LEVI-SHACHAR, O.; GVIRTS, H. Z.; GOLDWIN, Y. The effect of methylphenidate on social cognition and oxytocin in children with attention deficit hyperactivity disorder. Neuropsychopharmacology, v. 45, n. 2, p. 367-373, 2020. Disponível em: https://pesquisa. bvsalud.org/brasil/?fb=&where=
LÓPEZ-LÓPEZ, A. et al. Treatment of attention-deficit/hyperactivity disorder in clinical practice. A retrospective study. Medicina, Buenos Aires, v. 79 (Suppl 1), p. 68-71, 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30776283/.
MAIA, I. F. Disputas em Torno da Ritalina: entre a obediência farmacológica e a inteligência drogada. Trabalho apresentado na 30ª Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 03 e 06 de agosto de 2016, João Pessoa/PB.” PPGCS/UFRN. Disponível em: . Acesso em: 02 out. 2016.
Machado, L.F.J.; Cezar, M.J.C. 2012. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em Crianças – Reflexões Iniciais. Rev. eletrônica Psicopedagogia on-line – Educação e Saúde. Disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=1030. Acesso em: 13/12/2012.
MARTINS MF, et al. Consumo de psicoestimulantes como potenciadores cognitivos por estudiantes de Medicina de Universidad Nacional de Córdoba. Revista de La Facultad de Ciencias Médicas de Córdoba, 2020; 77(4): 254-259.
MINNITI G, et al. O consumo de drogas psicoestimulantes entre estudantes de medicina. Brazilian Journal of Health Review, 2021
MICROMEDEX. Methylphenidate (Rec INN). Index Nominum. jul. 2015. MOTA, Jéssica da Silva; PESSANHA, Fernanda Fraga. Prevalência do uso de metilfenidato por universitários de Campos dos Goytacazes, RJ. Revista Vértices. v.16, n.1, p.77-86, jan./abr. Campos dos Goytacazes. 2014.
MOREIRA SC, et al. O uso do cloridrato de metilfenidato e seus fatores influenciadores na vida de jovens estudantes do curso de Medicina. Research, Society and Development, 2022
PAPALIA, D. E. et al. Desenvolvimento Físico e Cognitivo na Terceira Infância p.313 à 351/Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: Artmed. 2013.
RAMTVEDT, Bjørn E.; AABECH, Henning S.; SUNDET, Kjetil. Minimizing Adverse Events While Maintaining Clinical Improvement in a Pediatric Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder Crossover Trial with Dextroamphetamine and Methylphenidate. Journal of Child and Adolescent Psychopharmacology. v.24, n.3, p.130-139. 2014.
RITALINA: cloridrato de metilfenidato. Responsável técnico: Virginia da Silva Giraldi. São Paulo: Alkermes Gainesville, LLC – Gainesville – EUA. 2012. Novartis Biociências S.A
SANTANA, LC, et al. Consumo de Estimulantes Cerebrais por Estudantes em Instituições de Ensino de Montes Claros/MG. Revista Brasileira de Educação Médica, 2020
VERGHESE C e ABDIJADID S. Methylphenidate. Treasure Island (FL): StatPearls, 2023.