HORROR E PERFEIÇÃO: CORPO, ESTÉTICA E MÍDIA NO FILME A SUBSTÂNCIA

Autores

  • Leonardo Magela Lopes Matoso Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Josenildo Soares Bezerra Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

DOI:

https://doi.org/10.61164/rmnm.v6i1.3654

Palavras-chave:

Estética, Mídia, Corpo, Dismorfia, Doença

Resumo

O filme “A Substância” (2024), de Coralie Fargeat, apresenta uma crítica incisiva às normas estéticas e ao culto à juventude na contemporaneidade. A partir da análise de cinco cenas, investigamos neste estudo como a mídia e a indústria da estética constroem padrões idealizados, transformando a identidade física e psíquica em mercadoria. Embasado em autores como Michel Foucault (2001/2021), David Le Breton (2013) e Paul Preciado (2018), o trabalho revela como o filme utiliza o Horror Corporal para expor a violência simbólica e material imposta aos corpos, especialmente femininos. A obra evidencia o corpo como campo de controle biopolítico, onde o envelhecimento é tratado como defeito. Ao tensionar os limites entre corpo e identidade, “A Substância” nos desafia a repensar o que significa ser humano em uma sociedade obcecada pela perfeição física e pelas dinâmicas de poder que regulam a experiência corporal.

Biografia do Autor

Leonardo Magela Lopes Matoso, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Doutorando e Drag da Psicanalise, Psicolinguística, Enfermagem e Jornalismo. Enxerga-se como um homem branco, mais do que deveria ser, transeunte da queergeneridade e homossexualidade. Amante dos jogos de videogames e das abstrações intergalácticas. Ama mais do que deveria, mas ciente da entrega histérica e permissiva as pessoas e ao mundo.

Josenildo Soares Bezerra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Doutor em Estudos da Linguagem. Diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes e Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Membro fundador da Red Latinoamericana de investigadores en Publicidade/Colômbia. Enxerga-se como um homem branco, gay, de corpo marcado pela vida e espirito jovial. Amante das transgressões, do pecaminoso, dos ditos e não ditos, da corporeidade e de Paul-Michel Foucault (nome também do gato de estimação).

 

Referências

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Publicado

2025-03-30

Como Citar

Lopes Matoso, L. M., & Soares Bezerra, J. . (2025). HORROR E PERFEIÇÃO: CORPO, ESTÉTICA E MÍDIA NO FILME A SUBSTÂNCIA. Revista Multidisciplinar Do Nordeste Mineiro, 6(1), 1–19. https://doi.org/10.61164/rmnm.v6i1.3654